Ingredientes | Toma Diária: 1 ampola Tomas por embalagem: 20 | %VRN |
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FOS (Fruto-oligossacarídeos) | 500mg | ** |
Arando Vermelho | 400mg | ** |
Uva-Ursina | 200mg | ** |
Chá de Java | 200mg | ** |
Orégão | 200mg | ** |
Vitamina C | 80mg | 100% |
Informações Complementares
Tomar 1 ampola (10 ml) por dia entre as principais refeições.
Água Purificada; Agente de Volume: Xarope de Sorbitol; FOS (Fruto-oligossacáridos); Extrato seco de Vaccinium macrocarpon, Arando-Vermelho (Fruto); Arctostaphylus uva-ursi, Uva-ursina (Folha); Orthosiphon stamineus, Chá de Java (Folha); Origanum vulgare, Orégão (Partes aéreas); Vitamina C (Ácido L-Ascórbico); Aromas; Conservantes: Sorbato de Potássio, Benzoato de Sódio; Edulcorante: Glicosídeos de Esteviol.
Agitar muito bem antes de tomar. O seu consumo excessivo pode ter efeitos laxativos. Não exceder a toma diária recomendada. Os suplementos alimentares não devem ser utilizados como substitutos de um regime alimentar variado. É importante um regime alimentar equilibrado e um modo de vida saudável. Devido à inexistência de estudos que confirmem a segurança de utilização em caso de gravidez e aleitamento, este suplemento não deve ser utilizado nestas situações, salvo indicação médica. O produto não deve ser utilizado no caso de hipersensibilidade, alergia e quando estejam descritas interações de outro produto com qualquer um dos constituintes da formulação. Preservar ao abrigo da luz, do calor e da humidade. Conservar em local seco na embalagem original e a temperatura inferior a 25ºC. Manter fora do alcance e da visão das crianças. Contém edulcorante.
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Principais Ingredientes
Os Fruto-oligossacarídeos são um dos prebióticos mais estudados, sendo hidrossolúveis e baixos em calorias. Estes vão auxiliar na redução dos níveis de colesterol, inibir o crescimento de bactérias putrefactivas prejudiciais e melhorar a absorção de minerais, como o Cálcio e Magnésio, no intestino. São uma fonte de carbono preferencial para probióticos, aumentando o crescimento da microbiota intestinal benéfica e sendo por isso utilizados como prebióticos funcionais em suplementos alimentares.
Além de efeitos bifidogénicos, a ingestão regular e adequada de FOS apresenta mais valias em problemas associados a distúrbios gastrointestinais, cardiovasculares, obesidade, diarreia, osteoporose, arterosclerose e diabetes tipo 2. Adicionalmente, promove a digestão e o metabolismo da lactose, a reciclagem de substâncias como o estrogénio e a síntese de vitaminas do complexo B e de imunoestimulantes com atividade anti-tumoral.
São conhecidos por estimular a absorção de água e eletrólitos na mucosa intestinal e reduzir a formação de genotoxinas e enzimas que formam carcinogénios no intestino. Atribui-se assim ao seu consumo, a redução do potencial de risco de várias patologias associadas a um elevado nível de bactérias intestinais patogénicas, como as doenças auto-imunes, cancro, acne, cirrose, obstipação, intoxicação alimentar, alergias e intolerâncias alimentares.
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O Arando Vermelho, também designado de Vaccinium macrocarpon, é uma fruta nativa da América do Norte que tem sido utilizada como alimento funcional devido aos seus potenciais benefícios na saúde. O Arando está bem classificado entre as frutas, especialmente devido à sua quantidade e qualidade de antioxidantes, já que apresenta um teor considerável de flavonoides, ácidos fenólicos (proantocianidinas) e outros fitoquímicos, para além de conter minerais essenciais, ácidos gordos, fibras dietéticas, provitamina A, vitamina C e vitaminas do complexo B.
A pesquisa científica acerca dos benefícios do consumo deste fruto tem incidido sobre os benefícios relacionados com o trato urinário, a prevenção de doenças cardio metabólicas, com o cancro, a saúde digestiva e a microbiota intestinal.
O seu sumo é há muito associado à potencial prevenção de infeções do trato urinário, uma propriedade ligada aos efeitos anti-adesão das suas proantocianidinas e poliflavonois contra estirpes patogénicas e Escherichia coli. Além de inibir a ligação da E.coli na mucosa intestinal, as proantocianidinas inibem a adesão de outros micróbios no epitélio da bexiga, da Helicobacter pylori na mucosa gástrica e duodenal e do Streptococcus mutans na hidroxiapatite do dente. Outro mecanismo de ação proposto para o Arando é produção não enzimática de óxido nítrico em condições acídicas que, por sua vez, pode criar um potencial ambiente bacteriostático no trato urinário. A propriedade anti-biofilme também é demonstrada para a Pseudomona aeruginosa, sugerindo que pode ser útil para infeções causadas por este microrganismo, bem como para a Candida albicans.
Os seus constituintes também têm demonstrado suprimir o crescimento de uma variedade de células cancerosas in vitro e em estudos animais (pulmão, cólon, mama, oral, ovário, próstata, bexiga, esófago e intestino).
A crescente literatura científica indica que os polifenóis encontrados nos arandos podem contribuir ainda para a redução do risco de doenças cardiovasculares, por aumentarem a resistência à oxidação do colesterol LDL, por inibição da agregação plaquetária, por redução da tensão arterial e outros mecanismos antitrombóticos e anti-inflamatórios.
Bibliografia
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Arctostaphylos uva-ursi L. é um arbusto localizado principalmente na América do Norte, Ásia e Europa. Os seus frutos são quase insípidos, apesar de conterem uma alta concentração de ingredientes ativos e por isso serem usados em muitos produtos comerciais.
As suas folhas têm sido estudadas em numerosos ensaios químicos pelo seu potencial antioxidante, sendo os seus principais constituintes os glicosídeos arbutina e metilarbutina. Apesar de serem encontrados em menor quantidade, os seus polifenóis são candidatos promissores como potenciais protetores contra a peroxidação lipídica e envelhecimento biológico dos tecidos.
A uva-ursi, além de ser usada na indústria alimentar como potencial aditivo antioxidante, também tem sido usada na indústria cosmética como agente natural de branqueamento da pele .
Para além disto, esta planta medicinal é bastante conhecida, pela sua utilização no tratamento e prevenção de infeções do trato urinário, pelo seu conteúdo em arbutina e de doenças renais, sendo recomendada globalmente na medicina popular para nefrite, cálculos renais e cistite crónica.
É um potente diurético, podendo aumentar a excreção de fluídos e diminuir a acumulação de ácido úrico, componente natural da urina, além de contribuir para a manutenção das membranas do sistema urinário e expressar atividade antioxidante.
Compostos fenólicos extraídos da sua folha são potenciais ingredientes funcionais com propriedades antiproliferativas, particularmente contra linhas celulares de carcinoma do cólon.
O seu elevado teor em taninos pode ser benéfico na prevenção de distúrbios gástricos e urinários por supressão da peroxidação lipídica.
Com uso tradicional no tratamento e alívio de sintomas de infeções recorrentes do trato urinário, os estudos atribuem as suas propriedades antisséptica e antimicrobiana às hidroquinonas e taninos, sendo que se encontram com elevada concentração na urina com demonstrada eficácia contra bactérias causadoras dessas infeções.
Já foi sugerido como opção de tratamento eficaz e de primeira linha na resolução de sintomas de infeções do trato urinário e na redução do uso de antibióticos, o que também poderia ser favorável na redução das taxas de resistência bacteriana.
Bibliografia
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O Chá de Java, Orthosiphon Stamineus, é um arbusto nativo da Ásia tropical e Austrália, muito cultivado na Indonésia e Vietname. Os principais componentes dos extratos da folha desta planta são os polifenóis, flavonoides, terpenóides, sais de potássio e os derivados do ácido cafeico, cuja ação diurética e uricosúrica tem sido vantajosa, e utilizada na medicina popular, para o tratamento de distúrbios renais e gota, atuando sobre os níveis de cloretos, ureia e ácido úrico.
Foi demonstrada atividade antibacteriana e anti-inflamatória pelos seus flavonoides através de inibição da lipoxigenase, bem como atividade diurética e inibitória de E.coli uropatogénica por ação antiadesiva ou bloqueadora de entrada. A bioactividade antimicrobiana deste extrato favorece o controlo e a eliminação urinária de microrganismos, ajudando a aliviar sintomas e a combater infeções do trato urinário.
Estudos farmacológicos sobre os seus extratos mostraram, ainda, atividade antioxidante, analgésica, antitumoral, antidiabética, antihipertensora, antiobesidade, antidislipidémia, gastro, nefro e hepatoprotetora.
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O Origanum vulgare, conhecido comummente como Orégão é uma planta aromática pertencente à família Lamiaceae, tradicionalmente usada na culinária. No entanto, também tem sido empregue como remédio para diferentes distúrbios gastrointestinais e urinários, constipações, tosse, problemas menstruais, cefaleias, dispepsia, artrite reumatoide, depressão e prurido.
Os seus óleos essenciais e diferentes extratos têm sido reportados como antioxidantes, anti-inflamatórios, imunomoduladores, antidislipidémicos, antidiabéticos, supressores de cancro e antimicrobianos, com ação em várias bactérias entre as quais S.aureus, Salmonella, Pseudomonas, H.pylori e E.coli, bem como fungos incluindo Candida albicans e Aspergillus.
Para além de ser considerado na proteção contra desordens neurodegenerativas e na promoção da saúde gastrointestinal, diminuindo a inflamação intestinal.
O óleo de extrato de Orégão é rico em compostos voláteis como monoterpenos e sesquiterpenos, inibidores de mediadores pró-inflamatórios, compostos fenólicos, carvacrol e timol, com propriedades antioxidantes, contribuindo também para a reparação e cicatrização da pele.
Devido às suas propriedades antimicrobianas, o extrato e óleo essencial do Orégão também podem ser usados como conservantes naturais de alimentos, prevenindo a sua contaminação e deterioração.
Bibliografia
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A Vitamina C – ácido ascórbico, é uma vitamina essencial hidrossolúvel e um cofator essencial para a biossíntese de colagénio, intervém no metabolismo da carnitina, das catecolaminas e na absorção de Ferro, desempenhado um papel importante na saúde. O organismo humano é incapaz de a sintetizar e, por isso, deve ser subministrada de forma exógena através da alimentação, nomeadamente pelo consumo de frutas e vegetais, ou de suplementação.
Antioxidante de excelência, garante a proteção das biomoléculas existentes no nosso organismo contra os danos oxidativos causados por metabolitos pró-oxidantes, gerados pelo metabolismo celular ou pela exposição a toxinas e poluentes. Tendo a Vitamina C um elevado potencial anti-inflamatório e um carácter protetor contra a ocorrência de danos oxidativos, o seu aporte adequado desempenha um papel relevante na prevenção e na progressão de várias doenças crónicas e agudas, sobretudo em condições nas quais o stress oxidativo é elevado, como ocorre no caso das infeções. No entanto, muitos dos efeitos benéficos da ingestão de Vitamina C não estão ainda totalmente esclarecidos.
Possui atividade imunomoduladora, inibindo a ativação excessiva do sistema imunitário e prevenindo danos tecidulares, contribui para a atividade antihistamínica e estimula a atividade de células da imunidade inata e adquirida, nomeadamente através da diferenciação de células T, modulação da síntese de citocinas e da expressão de moléculas adesivas, conferindo uma maior resistência a infeções. Diversos estudos indicam que a Vitamina C poderá aliviar ou prevenir infeções causadas por bactérias, vírus e protozoários. A constipação comum, é o exemplo mais bem estudado, tendo ficado estabelecido que a suplementação com Vitamina C reduz efetivamente a duração da sintomatologia. Vários outros estudos também demonstram uma ação antimicrobiana proveniente da Vitamina C, podendo ser útil no tratamento de infeções urinárias. Atua através da inibição do crescimento de S. aureus, E. faecalis, H. pylori, Campylobacter, Mycobacterium, E. coli, K. pneumomoniae e Aspergillus, potencia a ação de alguns antibióticos e impede o desenvolvimento de biofilmes. Desta forma, a deficiência em Vitamina C pode comprometer a imunidade e levar a uma maior suscetibilidade às infeções.
A Vitamina C intervém no metabolismo produtor de energia, contribuindo para a redução da sensação de cansaço e de fadiga. Um estudo que relacionou o pool de Vitamina C com o desempenho físico e o stress oxidativo, concluiu que baixos níveis de Vitamina C estão associados a baixo desempenho físico, e que a suplementação com Vitamina C reduz o stress oxidativo e pode aumentar o desempenho físico, em estados de hipovitaminose.
A vitamina C é também um cofator essencial na biossíntese de colagénio, contribuindo para a vitalidade da pele e cabelo. Esta vitamina contribui para o crescimento de células papilares de cabelo humano, e como desempenha um papel essencial na absorção de ferro, pode ser especialmente relevante no tratamento da queda de cabelo associada à carência deste mineral. O seu caráter antioxidante é especialmente importante ao nível da pele, pois apesar da vitamina C não conseguir absorver a luz UV, desempenha uma ação fotoprotetora que favorece a neutralização dos radicais livres, cuja acumulação pode levar ao fotoenvelhecimento e à formação precoce de rugas. Desempenha ainda uma ação reequilibrante do ponto de vista hídrico, potenciando a suavidade e elasticidade da pele. Para além disto, o ácido ascórbico, ao interagir com os iões de cobre e inibir a ação das enzimas tirosinases – enzimas implicadas na formação de manchas na pele, diminuindo assim a formação deste pigmento cutâneo, ajudando a minimizar situações de hiperpigmentação.
A deficiência em Vitamina C afeta o normal metabolismo do corpo sendo um fator de risco para a saúde, especialmente nos casos mais severos, podendo resultar em escorbuto, situação potencialmente fatal. O escorbuto é caracterizado pelo enfraquecimento das estruturas de colagénio, resultando em má cicatrização de feridas e diminuição da imunidade, estando o organismo mais suscetível à ocorrência de infeções potencialmente fatais, como pneumonia. A deficiência severa e prolongada de Vitamina C também poderá ocasionar alterações oculares resultantes de hemorragias subconjuntivais e orbitais, uma vez que esta vitamina auxilia na manutenção da integridade dos vasos sanguíneos e tecidos conjuntivos, além de suprimir os radicais livres gerados pela elevada atividade metabólica. Portanto, a suplementação de vitamina C é essencial em caso de défice para a manutenção da saúde. As necessidades diárias de Vitamina C também estão aumentadas em pacientes com condições como gengivite, asma, glaucoma, distúrbios de colagénio, insolação, artrite, infeções (pneumonia, sinusite, febre reumática) e doenças crónicas, distúrbios vasculares e queimaduras graves, sendo necessário suplementar para além do VRN em casos de infeção, para compensar o aumento da resposta inflamatória. Alguns especialistas acreditam que as doses diárias recomendadas (80 mg) são baixas para suportar a função ótima da Vitamina C. A suplementação com esta vitamina é bem tolerada e segura, sem risco de toxicidade.
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